Grupo Comunitário do dia 31 de Janeiro de 2012


Grupo Comunitário de Saúde Mental - 31/01/12

Grupo Comunitário de Saúde Mental● terça-feira, 31 de janeiro de 2012

 

No hall de entrada do Hospital Dia, aguardo o início de mais um Grupo Comunitário. Enquanto isso, os que chegam se cumprimentam e conversam sobre os fatos da semana. Uma das participantes chega exultante com uma tela que fez, um quadro muito bonito e colorido, ela mostra a todos com orgulho, a vontade de compartilhar é tanta que não consegue esperar o início do grupo para fazê-lo e começa ali mesmo.

Em alguns minutos começa o grupo. Aos poucos ele vai tomando forma, papéis com letras de músicas são distribuídos, aparece um poema em forma de oração, talvez a oração mais calorosa que muitos tenham visto, pedindo que sejam abençoados até mesmo os remédios que serão tomados naquele dia. Segue-se uma música de uma banda de rock, uma caixinha de música do tamanho de uma caixa de fósforo e até mesmo a nona sinfonia de Beethoven ecoa pelas caixas de som. Entre um e outro, as pessoas se emocionam, suspiram, comentam, sorriem, alguns ficam com os olhos cheios de lágrimas.

Mas afinal seriam esses poemas, essas músicas tão bonitas assim? O que há de tão especial em uma caixinha de música? Nesse momento, percebo o que na realidade as pessoas estão mostrando através dessas coisas, elas mostram nada menos do que a si mesmas. Compartilham a própria vida...

Aos poucos vou, então, me dando conta de que é justamente aí que está a beleza, nas pessoas como elas são e que a emoção surge de poder contemplar a coragem e a generosidade de cada um que se dispõe a compartilhar. Compartilhar a saudade do irmão que mora tão longe e como em muitos desses momentos a caixinha de som presenteada por ele vem servir de consolo e recordação. Compartilhar a experiência de aprender com o seu paciente como acolher e oferecer uma palavra de conforto a quem precisa. Compartilhar a descoberta de um poema que tocou tanto. Compartilhar a descoberta da própria filha, novidade de quem reconhece estar superando a tendência de ficar voltada somente para si mesma...


Marília Hormanez



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