Grupo do dia 12 de março


Adesão à Realidade

Percebo que a participação nos grupos tem ajudado a desenvolver um maior envolvimento com a realidade, parece que ganhamos uma espécie de cola, que nos ajuda a se tornar mais apegados aquilo que ocorre no dia a dia. Desta forma, considero um privilégio a oportunidade nos dar conta, a cada semana, da maneira como vamos sendo constituídos a partir de nossas vivências.
A proposta dos grupos, afirma o desejo de que a vida não passe despercebida, tornando-se apenas uma trajetória rumo ao envelhecimento, mas ao contrário seja caminho de experiência e amadurecimento.

No grupo de hoje, logo de início, recebemos o presente de uma filipeta, carinhosamente preparada por uma integrante e entregue a cada um dos presentes:

I

"A vida é mesmo um não saber absoluto e imenso, como uma folha em branco. Mas, eu prefiro imaginá-la como um grande tapete vermelho estendido a minha frente, me oferecendo possibilidades, me convidando a fazer história, me dando rumo, prumo e jeito. Eu sinto como se a cada passo, algo extraordinário estivesse prestes a acontecer. Sempre prestes. E está.”
Gabriela Castro



            A participante destaca a possibilidade de olhar para a vida “como um tapete vermelho, que está convidando a caminhar e fazer a história”. Explica que associou o texto a frase de Victor Hugo porque “se a gente quer fazer história, tem que dar e receber, porque ai a gente cresce junto”.

A perspectiva de viver plenamente a vida e não “ficar dormindo” foi traduzida na lembrança de uma música cantada por um dos participantes:

Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar...


E no comentário de outro participante: no comentário de um participante: “no meio de tantas coisas, se a gente não estiver atento, não estiver vivo, não vai perceber essas pérolas ai no meio. É mais comum a gente passar batido de um monte de coisas no nosso dia”.
Na trilha da atenção aos detalhes, a recente comemoração do Dia da Mulher foi motivo do relato comovido de uma participante. Ela relatou a lembrança do irmão “que não tem tempo pra nada, é muito corrido, sempre tão ocupado de trabalho”, mas que mandou uma mensagem porque “tinha que lembrar das mulheres mais importantes da vida dele”.
Ao longo do grupo, várias experiências de superação foram relatadas, permitindo que uma participante concluísse: “Uma brecha de luz, passando por um espaço bem pequenininho, dá um jeito de iluminar todo o ambiente”.
Desta forma, o grupo permitiu estar próximos a pessoas e circunstâncias, “viajando” por diversas situações, de carona na mente de quem compartilhou conosco suas experiências. Desta forma, durante o grupo, caminhamos por onde não havíamos imaginado estar. Acontecimentos ganham relevância, a partir do sentido que vai sendo descoberto e compartilhado.

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“A mente se enriquece com aquilo que recebe:o coração com aquilo que dá”
Victor Hugo

Hoje eu vim para grupo sem trazer nada, com a cabeça "cheia" de problemas, com muita raiva de coisas dando errado. Entrei no grupo com raiva. Porém aos poucos, o que estava sendo partilhado começou a achar espaço dentro de mim e a raiva e os outros sentimentos ruins foram parecendo menores, que eu estava dando mais importância a isso do que realmente eles mereciam. Entendo que um dos participantes falou: quando cultivamos algo de positivo, talvez o que há de ruim não desapareça, mas começa a ficar menor e menos importante. Então talvez tenha sido isso que aconteceu, participar do grupo me ajudou a perceber que eu que estava dando importância demais aos meus problemas. Quando uma participante falou que se sentia egoísta por não ter trazido nada, apenas recebido, eu me toquei de falar que eu também não tinha trazido nada, mas que estar ali recebendo me ajudou a perceber outras coisas, então saí mais calmo do grupo.
Roberto


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