Adesão
à Realidade
Percebo que a participação nos grupos tem ajudado a desenvolver um maior
envolvimento com a realidade, parece que ganhamos uma espécie de cola, que nos ajuda
a se tornar mais apegados aquilo que ocorre no dia a dia. Desta forma,
considero um privilégio a oportunidade nos dar conta, a cada semana, da maneira
como vamos sendo constituídos a partir de nossas vivências.
A proposta dos grupos, afirma o desejo de que a vida não passe
despercebida, tornando-se apenas uma trajetória rumo ao envelhecimento, mas ao
contrário seja caminho de experiência e amadurecimento.
No grupo de hoje, logo de início, recebemos o presente de uma filipeta,
carinhosamente preparada por uma integrante e entregue a cada um dos presentes:
I
"A vida
é mesmo um não saber absoluto e imenso, como uma folha em branco. Mas, eu
prefiro imaginá-la como um grande tapete vermelho estendido a minha frente, me oferecendo possibilidades, me convidando a fazer
história, me dando rumo, prumo e jeito. Eu sinto como se a cada passo, algo
extraordinário estivesse prestes a acontecer. Sempre prestes. E está.”
Gabriela Castro
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A
participante destaca a possibilidade de olhar para a vida “como
um tapete vermelho, que está convidando a caminhar e fazer a história”. Explica
que associou o texto a frase de Victor Hugo porque “se a gente quer fazer
história, tem que dar e receber, porque ai a gente cresce junto”.
A perspectiva de viver plenamente a vida e não “ficar dormindo” foi traduzida
na lembrança de uma música cantada por um dos participantes:
Eu não
caibo mais nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia
Será que
eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar...
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar...
E no comentário de outro participante: no comentário de um participante:
“no
meio de tantas coisas, se a gente não estiver atento, não estiver vivo, não vai
perceber essas pérolas ai no meio. É mais comum a gente passar batido de um
monte de coisas no nosso dia”.
Na trilha da atenção aos detalhes, a recente comemoração do Dia da Mulher
foi motivo do relato comovido de uma participante. Ela relatou a lembrança do
irmão “que não
tem tempo pra nada, é muito corrido, sempre tão ocupado de trabalho”, mas
que mandou uma mensagem porque “tinha que lembrar das mulheres mais importantes
da vida dele”.
Ao longo do grupo, várias experiências de superação foram relatadas,
permitindo que uma participante concluísse: “Uma brecha de
luz, passando por um espaço bem pequenininho, dá um jeito de iluminar todo o
ambiente”.
Desta forma, o grupo permitiu estar próximos a pessoas e circunstâncias,
“viajando” por diversas situações, de carona na mente de quem compartilhou
conosco suas experiências. Desta forma, durante o grupo, caminhamos por onde não
havíamos imaginado estar. Acontecimentos ganham relevância, a partir do sentido
que vai sendo descoberto e compartilhado.
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“A mente se enriquece com aquilo que recebe:o coração com aquilo que dá”
Victor Hugo
Hoje eu vim para grupo sem trazer nada,
com a cabeça "cheia" de problemas, com muita raiva de coisas dando
errado. Entrei no grupo com raiva. Porém aos poucos, o que estava sendo
partilhado começou a achar espaço dentro de mim e a raiva e os outros
sentimentos ruins foram parecendo menores, que eu estava dando mais importância
a isso do que realmente eles mereciam. Entendo que um dos participantes falou:
quando cultivamos algo de positivo, talvez o que há de ruim não desapareça, mas
começa a ficar menor e menos importante. Então talvez tenha sido isso que
aconteceu, participar do grupo me ajudou a perceber que eu que estava dando
importância demais aos meus problemas. Quando uma participante falou que se
sentia egoísta por não ter trazido nada, apenas recebido, eu me toquei de falar
que eu também não tinha trazido nada, mas que estar ali recebendo me ajudou a
perceber outras coisas, então saí mais calmo do grupo.
Roberto
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