Grupo Comunitário do dia 06 de Março de 2012


Grupo do dia 06 de março

Grupo Comunitário de Saúde Mental● terça-feira, 6 de março de 2012

 

O grupo começa com uma provocação: não esperar pouco da vida, das pessoas, dos encontros. Apresenta-se a expectativa de que o grupo seja um lugar para recuperar nossa capacidade de esperar muito.

Uma participante leu um pequeno poema e falou sobre a importância de tentar olhar para as coisas com sentimento: “Pra contemplar o belo é preciso ver com os olhos do coração.”Outra participante contou sobre como pode encantar-se com ela mesma ao se descobrir capaz de voltar a fazer artesanato. Um participante então lembra que nossos dons podem estar paralisados e é necessário motivação pra acessá-los.

O grupo continuou com várias contribuições, dentre as quais se destacaram para mim a fala emocionada de duas mães. O que ficou pra mim foi uma lição de coragem, de amor e de esperança que torna possível permanecer realmente vivos mesmo em meio a dor.

Uma das mães nos falou sobre as descobertas que pôde ter com a doença dos filhos. Em meio às dificuldades permanecia uma busca. Era uma busca por uma maneira de se aproximar do universo da doença, compreender seus filhos e caminhar junto com eles construindo o que fosse possível. Esse desejo vinha permitindo um grande aprendizado a partir de tudo que era experimentado. E mesmo com todo esse aprendizado a busca continuava: ela disse que decidiu estudar psicologia pra juntar a teoria ao que era experimentado. Dentre os desafios vividos ela destacou sua luta para garantir que sua filha pudesse trabalhar.

Recém saída de uma internação, ainda com sintomas e limitações da doença, sua filha tentava sem sucesso conseguir um emprego. Diante disto, ela resolveu então, criar o emprego que não conseguia encontrar. Durante três anos, trabalhou ao lado da filha cozinhando e fazendo entregas. Lembra quando a filha quis parar de cortar os legumes porque estava sonolenta com as medicações e ela lhe dizia que não podia desistir e chegava a ameaçar o corte do pagamento. Quando a filha se desorganizava e ficava agitada, tentava ajudá-la a se reorganizar e seguir em frente. E assim, com tamanha dedicação, foi possível, apesar da doença, que sua filha aprendesse a trabalhar. Hoje a filha tem um emprego.

Uma outra mãe conta da doença se seu filho, falou de um momento em que ele ficou agitado e de como ela e o marido juntos, acharam um jeito de lidar com aquele problema. Cada um assumindo o que podia, ela tentando dar um limite e o marido acalmando aos dois. Ela nos disse: “A vida ensina. Nossa sintonia é outra. É uma orquestrinha bem afinada... A vida também acontece no perrengue!!”.

Essas histórias nos ensinam a viver, confirmam que podemos esperar muito e despertam a afeição pela vida acontecendo...

Josiane Caetano Fontes

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